ENTREVISTA KAI 97:
Revista: Metal Invader (Grécia)
Data : Março de 1997
Entrevistador: George KoukoulakisM.I.: Você disse antes que o Weikath era responsável pela morte do Ingo. Você ainda acredita nisso?
Kai: Houve um tempo no qual eu tive esses pensamentos, quando eu estava com raiva, porque Ingo me informou sobre toda a situação da banda. Mas o Ingo era um pouco maluco, esquizofrênico...
M.I.: Você quis dizer, com o Helloween?
Kai: Não, ele tinha um problema mental. Claro que o Helloween culpa as drogas, mas isso é besteira, porque Ingo usou drogas algumas vezes, mas não ao final. O que acontece é que ele era muito sensível e todo o stress na banda só piorava as coisas. Ele estava com problemas quando eu deixei a banda e eu não queria convencê-lo a vir comigo, porque ele teria feito isso. Ele teve problemas no período em que eles pararam por problemas com a gravadora. Ele tentou alguns projetos, mas isso não o satisfez e essa situação realmente o deixou fudido com a vida. É muito fácil culpar o Michael, mas em alguns pontos todos nós erramos. Talvez eu também tenha sido responsável por sair do Helloween ou por não ter feito nada ou por alguma outra razão. Se uma pessoa decide se suicidar, é decisão dela, talvez fosse seu tempo de partir.
M.I.: Isso deve ser doloroso, até mesmo a música que você dedicou a ele “Afterlife”.
Kai: Com certeza. Isso aconteceu em fevereiro e nós já estávamos em estúdio. Eu me lembro de quando a namorada dele veio e (quase chorando, Kai Hansen continua enquanto seus olhos se enchem de lágrimas) disse que ele sumiu por todo o final de semana e que ela tinha um mau pressentimento quanto a isso. Na segunda ela nos disse que ele estava morto. Isso foi muito difícil. Mas que ironia. Eu tinha o título “Afterlife” e depois eu escrevi a letra. Era uma boa oportunidade de liberar alguns sentimentos.
MI: Vamos deixar isso pra lá, porque não é agradável.
Kai: Não mesmo.